Homens não conseguem largar o celular, diz estudo

MARIA HELENA FIGUEREDO
do UNIVERSO MASCULINO, em SÃO PAULO, (SP)

Analisando por gêneros, os homens não aguentam mais de 21 segundos sem comparação com as mulheres em 57 segundos.

Um estudo revelou que os homens não conseguem deixar de usar os celulares. Um estudo feito por pesquisadores das universidades da Alemanha e Inglaterra revelou que todos participantes deixados numa sala de espera sozinhos demoraram uma média de apenas 44 segundos a mexer nos seus smartphones. Analisando por gêneros, os homens não aguentam mais de 21 segundos sem comparação com as mulheres em 57 segundos.

Após serem deixados sozinhos em uma sala, os participantes foram questionados sobre qual maior tempo sem mexer no celular a maioria disse que entre dois e três minutos, mostrando um claro desfasamento entre percepção e comportamento real.

"A experiência sugere que as pessoas estão muito mais ligados aos dispositivos do que pensam e já faz parte da sua natureza mexer nos smartphones quando estão sozinhos. Já não estamos dispostos a esperar mais. O imediatismo da informação e as interações proporcionadas pelos dispositivos inteligentes torna-os muito mais um companheiro digital e de ligação ao mundo exterior do que uma peça de tecnologia.", disse Jens Binder, da Universidade de Nottingham Trent, na Inglaterra.

A pesquisa sugere que esta compulsão em verificar o telefone a todo o momento pode ser resultado do medo de escapar algo quando não está online um fenômeno identificado como fear of missing out (FOMO). 

"Quanto mais os participantes usam o seu telefone, mais cresce o medo de perder algo de importante sempre que não estão a usá-lo. É, no entanto, difícil dizer exatamente o que provoca o quê: se as pessoas usam mais o telefone porque têm medo de perder algo, ou se têm mais medo precisamente porque usam o telefone cada vez mais.", afirma o pesquisador Astrid Carolus, da Universidade de Würzburg, na Alemanha.

Segundo o estudo, quanto mais usamos nossos telefones, maior é o nosso nível de estresse. Questionados sobre seu nível de felicidade geral, não houve diferença entre os resultados de quem usa em excesso o celular daqueles que usam menos. 

De acordo com o estudo, as pessoas dependem cada vez mais dos seus dispositivos móveis nos dias de hoje, usando como uma extensão do seu cérebro, de modo a não terem que puxar pela memória.

Questionados sobre o número de seu telefone os participantes, em sua maioria, não souberam informar. Ainda conseguia recordar-se do seu número de casa quando tinham 10 anos.


"Os smartphones são, hoje, uma parte integrante das nossas vidas, mas não nos devemos esquecer que são uma comodidade que as pessoas tendem a dar como garantida. Tê-los connosco o tempo todo, faz muitas vezes esquecer o quão valiosos estes dispositivos podem realmente ser, dadas as memórias pessoais e outros dados importantes que guardam em si.", acrescenta o pesquisador, David Emm. "Mas não são apenas valiosos e preciosos para nós, mas também para os criminosos. Se a nossa informação pessoal for de alguma forma comprometida, seja por roubo ou por ataque de malware, arriscaríamos perder a ligação a amigos e a fontes de informação.", completa.

Foto: Getty Images
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