Americano relata experiência de um ano sem roupas




Americano relata experiência de um ano sem roupas.

O escritor americano Mark Haskell Smith - que também foi um dos roteiristas do filme brasileiro A Partilha - resolveu passar um ano sem roupas para descobrir como funciona o mundo dos nudistas. O resultado foi o livro Naked at Lunch: A Reluctant Nudist’s Adventures in the Clothing-Optional World (Nu no Almoço: As Aventuras de um Nudista Relutante em um Mundo onde Roupas são Opcionais, em tradução livre).

Depois de visitar resorts de naturistas no mundo todo, o autor dá algumas dicas básicas no livro.

"Se você está no aeroporto, você não faz piadas sobre bombas. Quando você está com os nudistas, você não faz piadas sobre seios. E, Deus me livre, não tenha uma ereção - provavelmente vão pedir para você ir embora", disse Smith.

A primeira parada do escritor foi no Desert Sun Resort, em Palm Springs, Califórnia.

"Eu estava aterrorizado. Estava lá no meu quarto de hotel, constrangido e ansioso, passando camadas e mais camadas de bloqueador solar até que, quando finalmente saí, eu tinha me transformado em um raio de luz, refletindo tudo. Havia todas estas pessoas em volta da piscina, elas me olharam, se encolheram e cobriram os rostos."

"Me senti insultado, pensei: 'espera aí, sou 20 anos mais jovem do que todos vocês...'. Então, olhei para baixo... e entendi, fiquei tipo: 'ai, meu Deus...'."

Depois de superar o problema de excesso de bloqueador solar, Smith foi a vários resorts nudistas na Europa, entre eles um dos mais conhecidos, o de Cap d'Agde, no sul da França.

Lá, depois que a pessoa passa pela cerca de segurança - que mantém os paparazzi e curiosos fora - o local tem tudo o que se espera encontrar em uma cidade.

"Exceto que todo mundo está nu. Há até uma lavanderia - não sei o que eles mandam lavar. Fazer compras no supermercado ou comer um croissant com café de manhã sem roupas foi tão esquisito que chegou até a ser engraçado. E, uma vez que você vai a uma loja de vinhos e conversa sobre o rosé local pelado, então tudo está OK."

Na montanha

Haskell Smith também participou de uma caminhada pelos Alpes na Áustria, com outros 19 naturistas de toda a Europa. Algo que ele achou surpreendentemente agradável.

"O ar é muito puro e você está se exercitando muito, pois está subindo, há a altitude, mas você não transpira, então não fica incômodo", disse.

No entanto, quando começou a ventar e nevar, Smith vestiu algumas roupas. Outros membros do grupo continuaram sem nada.

Se um grupo de "têxteis" (pessoas que usam roupas) passasse pelo grupo de nudistas, a maioria deles ria e já pegava a câmera para fazer fotos.

"Mas um dia cruzamos com um grupo de caminhantes cristãos e o líder deles obrigou todos a virar a cara enquanto passávamos. Não acreditei. Então, mais tarde, quando estávamos fazendo um piquenique perto de um lago, os vimos de novo e eles rezaram por nós."

Apesar de, aos poucos, relaxar ao ficar nu em público, Haskell Smith diz que sempre ficava nervoso pouco antes de tirar as roupas ao voltar para o ambiente nudista.

"Estes medos estão realmente dentro de sua cabeça. Os nudistas não se importam. As pessoas que você geralmente vê nuas são, quase todos, atores e modelos na TV e em propagandas, então sofremos uma lavagem cerebral para pensarmos que uma pessoa nua tem que ter aquela aparência."
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